Mel: ato de reciprocidade pós-salvamento.

Após ser resgatado pelo Corpo de Bombeiros, animal ‘adota’ a Companhia
De onde ela veio? Ninguém sabe. Mas, o endereço que a Mel vive hoje, a comunidade respeita e admira pelo trabalho heroico que realizam para salvar vidas. É na 2ª Companhia do Corpo de Bombeiros de Venâncio Aires que o animal sem raça definida (SRD), após ter sido resgatado há cerca de um ano, escolheu como lugar "pra chamar de seu". Sorte que nem todos os animais têm, muitas vezes por omissão dos humanos em pedir socorro em tempo hábil.

 O capitão da 2ª Companhia do Corpo de Bombeiros, Gustavo Lock, relata que a Mel, nome que ele lhe batizou - que significa dócil e suave - teve sorte. 'Ela trancou-se entre uma grade, em um fim de semana, e populares nos avisaram. Imediatamente a equipe se deslocou e conseguimos salvá-la', conta. O capitão acrescenta que é um processo delicado, pois o animal pode entrar nestes espaços após assustar-se, ainda mais os que são abandonados. 'Eles não conseguem se desvencilhar devido a proporção do corpo', destaca.

Resgate
Segundo o capitão Gustavo é comum os chamados para socorrer animais de várias espécies em situações de riscos e até de acidentes, especialmente por parte de ONGs, porém o trabalho da equipe se consolida a partir do encaminhamento junto aos órgãos competentes ou seus tutores. Entretanto, de um ato de salvamento à mascote da corporação, a Mel se aquerenciou na Companhia. Mel que recebeu os cuidados do médico veterinário Luciano Frozza, agora será submetida à castração para o seu bem-estar, pois como o quartel ainda não tem cercamento, ela realiza os passeios livremente. O capitão destaca que após as obras de reformas no quartel, o espaço também será mais favorável à mascote.

Sentimento
Segundo pesquisas de neurocientistas dos Estados Unidos, os animais têm sentimentos semelhantes aos humanos. Em busca de proteção, ou de agradecimento, o certo é que a amiga de quatro patas não hesitou em seguir a equipe que lhe tirou do "aperto", além buscar um aconchego para ter seus filhotinhos, pois quando foi resgatada estava prenhe. Um final feliz, também, para os animaizinhos que puderam ser adotados.

Curiosidades
O termo "vira-latas" era tido como expressão de cunho pejorativo atribuído aos animais abandonados, sujos, fétidos, sem pedigree, que é o documento do cão. Atualmente, esses cães ganharam mais respeito, aceitação e até mais popularidade, inclusive recebendo outro nome, ou seja, sem raça definida (SRD).

Aparência física é única. Podem ser miniatura, de pequeno, médio ou grande porte, e até gigantes. Uma de suas características comum a todos: inteligência e sentimento.

De comportamentos especiais com uma porção genética do ancestral da raça que o originou, eles misturam traços de doçura com agressividade e também de estresse. Entretanto, a maioria é extremamente carinhoso, leal e protetor.

Custo de manutenção baixo. Não são cães melindrosos, tampouco precisam de tosas, banhos medicinais, escovações, comparados a raças puras. Mas isso, não os isenta de prevenção, quanto à dosagens de vermífugos, vacinação e demais cuidados básicos.

Fonte: g1.globo.com